Domingo, 24 de Fevereiro de 2008
Gus Gus ao vivo. A musica David, do album Attention (2002), no Electronic Beats, Viena/Áustria em 2005
Sexta-feira. 15 Fevereiro. Um dia aguardado com alguma expectativa. É que President Bongo (Dj/Programador-fundador dos Gus Gus), vinha ao Sjallinn em Akureyri.
O Sjallinn é a discoteca da cidade e para este DJ set tive de desembolsar 1500 koronas islandesas de entrada (equivalente a uns 17 euros no cambio actual). Pouco mais de 200 pessoas estavam dentro do espaço, mas temos de ter em conta que Akureyri é uma pequena cidade. Os bits soavam já pela mão de President Bongo, mas o clímax, aconteceria mais tarde com Moss, sucesso do último álbum dos Gus Gus.
Os Gus Gus são um colectivo multimédia de 9 pessoas, nascido no ano de 1995, na seio da nata artística de Reykjavík. São um projecto de música electrónica que no início, lembrou por vezes os Depeche Mode e um pós trip hop underworld. Actualmente, estão na esfera do techno soul, transvestindo-se ao vivo com um visual de colorações kitsh.
Quando em meados dos anos 90 assinaram pela 4AD (a mítica editora britânica que deu a conhecer projectos como os Cocteaw Twins, This Mortal Coil, Pixies, entre muitos outros), Gus Gus era um projecto extravagante, instável e que parecia insustentável!
Continuam a experimentar e explorar as potencialidades da electrónica, fazendo do cérebro o veículo que transmite em simultâneo, Os seus grooves científicos, da cabeça ao coração. Cada pulsação é uma batida lancinante!
Os Gus Gus têm 5 álbuns de estúdio, sendo o último – Forever – de Fevereiro de 2007. Contudo, a sua discografia é bem mais extensa e reparte-se pelas seguintes editoras:
PINEAPPLERECORDS 2005 – 2007
GREAT STUFF 2005
UNDERWATER 2002-2004
MOONSHINE 2002
4AD 1996-2000
Gus Gus feat. Dániel Áugúst, música Moss, álbum Forever (2007)
Deixo-vos 3 vídeos dos Gus Gus.
O primeiro, uma actuação clubbing. A musica David, do album Attention (2002), no Electronic Beats, Viena/Áustria em 2005.
O segundo, um vídeo animado da musica Moss, álbum Forever (2007).
Por fim, a música Ladyshave, responsável pelo meu primeiro contacto com o colectivo, do álbum This is normal (1999).
Para quem quiser saber mais, deixo o link da webpage dos Gus Gus, bem como o seu My Space.
Divirtam-se com ao som dos grooves Gus Gus!
Gus Gus, Ladyshave, do álbum This is normal (1999)
Domingo, 10 de Fevereiro de 2008
os raios de sol espreitando nos montes de Akureyri. Foto tirada em Jan.08 by Ivo Gabriel
Estar aqui na Islândia, de forma a compreender a sua História e Cultura, não é fácil e só agora começo a adaptar-me melhor. É no terreno que compreendemos o tão difícil que é, despirmo-nos de nós próprios, da nossa educação, cultura e processos de socialização. Isso, é bem mais difícil do que aguentar as temperaturas negativas do Inverno e as poucas horas de luz solar (uma das justificações nórdicas para os litros de bebidas alcoólicas ingeridas).
Esta introdução, vem a propósito de ter iniciado as minhas aulas de Islandês. Acreditem que aprender esta língua será um desafio titânico!
Mas como ler não implica ouvir e muito menos pronunciar, vou introduzir-vos ao seu alfabeto.
O islandês é considerado a mais conservadora das línguas escandinavas, representando um caso único de continuidade linguística. O isolamento geográfico, somado a altas taxas de alfabetização na ilha desde o século XIII contribuíram para a estabilidade do idioma.
O alfabeto islandês tem a sua origem no alfabeto romano, usado no mundo ocidental e introduzido pelo cristianismo por volta do ano 1000, acrescido por alguns símbolos próprios, influencia das runas. As runas são uma antiga forma de escrita da Europa do Norte. A influência no islandês, consiste nos acentos colocados sobre as vogais e em letras como o o “Þ þ”, o “Ð ð” e o “Æ æ.
Já agora, A versão escandinava das runas, é conhecida como Futhark (derivado das suas primeiras seis letras: 'F', 'U' 'Th', 'A', 'R', e 'K'), e a versão anglo-saxónica conhecida como Futhorc (o nome também tem origem nas primeiras letras deste alfabeto).
O alfabeto islandês completo tem 32 letras, sendo as vogais com acentos consideradas letras separadas.
Para que possam notar as diferenças, vou colocar 2 nomes usuais aqui na Islândia. Primeiro, escrito no alfabeto ocidental usual e posteriormente escrito no alfabeto islandês, onde se poderá notar a influência dos caracteres tradicionais das runas (utilizadas na ilha até à cristianização).
Gudmundur Agust Johannsson - alfabeto ocidental usual
Guðmundur Ágúst Jóhannsson - alfabeto islandês
Odinn Aegir Thorsson - alfabeto ocidental usual
Óðinn Ægir Þórsson – alfabeto islandês
De seguida, apresento-vos um link onde poderão ver os caracteres das runas equivalentes ao alfabeto islandês, bem como a pronunciação das vogais em islandês.
De igual modo, para quem quiser iniciar a aprendizagem do islandês, segue um link com um curso gratuito on-line. Aliás, eu próprio estou a iniciar utilizando este curso como complemento.
Divirtam-se!
Sábado, 9 de Fevereiro de 2008
Sprengjuhöllin ao vivo no Graeni Hatturínn em Akureyri
Ontem à noite, fui ao concerto dos Sprengjuhölin (nome de simples pronunciação!), um grupo islandês que gravita pelo pop/folk/indie.
Os Sprengjuhölin formaram-se no final de 2005, em Reykjavík. Duas actuações, com criticas muito positivas, no Airwaves Festival (o maior festival de música da Islândia), marcaram elogiosamente, a ainda curta carreira do grupo. Chegaram aos lugares cimeiros do top islandês, com o contributo da música verum i sambandi, que poderão ouvir e ver em vídeo no endereço do Myspace do grupo.
A actuação no Graeni Hatturínn, um espaço/cave acolhedor e de generosas dimensões, onde sobressaem diversos instrumentos pendurados na parede (nomeadamente um piano!), foi competente mas prejudicada pelo som deficiente. A voz reverberada e distorcida, colocava à vista (que é como quem diz aos ouvidos!), as deficiências das frequências médias e agudas, das respectivas colunas de som.
A assistência, conhecedora do trabalho, cantando algumas das músicas em uníssono com o grupo, acabou por, no final, saltar das cadeiras, de forma a dançar em frente do palco.
Acabei por saír do concerto sem uma opinião definitiva, do espectáculo e da banda em si. Uma pesquisa posterior, resultou na descoberta de um vídeo, com uma curiosa e engraçada cover ensaio, de uma música dos Sprengjuhöllin (video em baixo). Segue também, o Myspace dos Sprengjuhölin, para que possam fazer uma audição a algumas das musicas do primeiro trabalho (CD) editado pela banda.
Já agora, na primeira parte, actuaram os Helgi og Hljófæraleikar. Para que conste!
os Hjaltalín ensaiando uma versão de verum i sambandi dos Sprengjuhöllin