http://www.ismennt.is/not/phallus/ens.htm
O meu irmão veio visitar-me uma semana à Islândia. Apesar do muito trabalho na montanha de Hlidarfjall, aproveitei os dias de folga, dos quais não abdiquei (a Páscoa é o período mais forte da temporada de ski) para viajar com ele, pelo sul e norte da ilha. Fizemos um roteiro, por pontos turísticos previamente definidos, numa semana que para mim foi recheada de trabalho, noitadas e viagens. Mas foi também, uma semana que passou rápido, deixando a sensação de um rio que próximo da sua nascente vê nascer uma refrega de castores, impedindo que o seu leito siga um curso normal. Ali, a água se concentra, tendo dificuldade em circular. É que sinto que muitas palavras ficaram por dizer e muitos olhares por trocar. Na hora da partida ficou um sufoco, talvez pelas lágrimas contidas. Mas uma partida não tem de ser uma separação. Apenas um até já porque continuaremos juntos. Pelo menos, estaremos à distância de um click dos nossos computadores. Pela webcam posso ver toda a minha família. Pelo telemóvel posso trocar SMSs. Emigrar não é mais como no passado, altura em que se ficava anos sem ter qualquer contacto (por vezes qualquer noticia) dos nossos entes queridos. Porque ficou então este nó na garganta?
Mas a ideia agora é fazer um pequeno resumo fotográfico das nossas viagens da semana passada. Para quem não conhece a Islândia, será a oportunidade de ficar com uma imagem do que seria visitar a ilha no Inverno. Se o turismo de verão está já explorado, sendo a paisagem mais diversificada em cores e com acessos mais fáceis a qualquer local, penso que os islandeses poderão no futuro explorar melhor o turismo de Inverno, até porque tem instalações e condições para os desportos que habitualmente se praticam nessa estação.
Mas viajemos um pouco pela Islândia através de algumas fotos que tirei:
sábado,15-3-08. Saída de Akureyri a caminho de Reykjavík e posteriormente para o aeroporto internacional de Keflavík. Uma viagem de aproximadamente 450 km, levando-me do norte ao sul da Islândia. Pelo caminho, algumas paragens para tirar fotografias a paisagens magnânimas, de espaços abertos, lembrando os filmes épicos. Obviamente, não esqueci os recantos curiosos e as montanhas sulcadas por brancos escorridos, como que avisando que essa será a cor predominante das viagens.
Domingo, 16. A Blue Lagoon (não confundir com a que eternizou Brooke Shields) tem milhões de litros de água do mar, geotérmica, entre os 37 e os 39 º C, que se renova em 40 horas. Aguas mineralizadas que nos deixam relaxados, de aromas sulforosos e sílica branca para limpar e dar energia à pele. Um local de paragem obrigatória para islandeses, turistas e viajantes.
Domingo, 16. a cratera do vulcão Kerid, situa-se a norte de Selfoss, na estrada para Geysir e Gulfoss. Formou-se há cerca de 6500 anos, Tendo 270 m x 170 m de dimensões e 55 m de profundidade. No interior da cratera, alojou-se um pequeno lago em que a profundidade das suas águas varia entre os 7 e os 14 m, encontrando-se congelada nesta altura do ano. Aliás, na foto pode-se ver a inscrição “I Was Here!” inscrita no gelo que sazonalmente substitui as águas do interior de Kerid.
A cratera integra a zona oeste vulcânica da Islândia que vai desde a Península de Reykjanes até ao glaciar Langjökull. É o extremo norte de uma linha de crateras denominadas Tjarnarhölar.
Domingo, 16. O nome português Géiser provém de Geysir, nascente eruptiva em Haukadalur, que visitamos e documentada na foto; este nome deriva por sua vez do verbo gjósa (jorrar).
A formação de géisers requer uma hidrogeologia favorável que existe em poucos locais na Terra, sendo fenómenos raros. Existem cerca de mil em todo o mundo e metade destes no Parque Nacional de Yellowstone nos Estados Unidos. No parque de Geysir situam-se 3 dos 10 géisers que expelem jactos de água a maior altitude. Normalmente, existe uma periodicidade, mais ou menos regular nos jactos expelidos pelas estas “bocas” no solo.
O Processo de formação de um Géiser é mais ao menos o seguinte: A água subterrânea que se encontra nas fissuras, cavidades e lençóis freáticos, em contacto com rochas e principalmente a lava vulcânica encontrada abaixo à elevada temperatura, vai aquecendo gradualmente. A elevada pressão a que a água se encontra faz aumentar o seu ponto de ebulição e, quando a temperatura dela atinge um ponto crítico, entra rapidamente em ebulição. O vapor de água obriga-a a subir de forma violenta, em forma de jacto, dando origem a esta manifestação de vulcanismo. Esses jactos podem atingir cerca de 80 metros de altura e apresentar temperaturas de 70 °C a 100 °C. O suficiente para queimar!
Domingo, 16. Numa corrida contra o gradual definhar da luz solar, chegamos por fim, a um dos postais mais divulgados da Islândia. Gulfoss (Foss em islandês significa quedas de água). Fica situada no canyon do rio Hvítá, e no verão o seu volume de agua nas quedas atinge os 140 m³/s e no Inverno 80 m³/s (menos volume de água, por muito que isso pareça um paradoxo). Gullfoss, juntamente com os Géisers de Haukadalur e o parque nacional de Pingvellir, formam o Grand Circle, o mais antigo e popular “day tour” para os turistas que visitam a Islândia.
Quarta, 19. Godafoss, As quedas de água de Deus, assim foram batizadas, ainda no século 11, numa história relatada numa janela da catedral de Akureyri. Godafoss fica junto à estrada que nos leva a um dos locais mais cativantes do norte da Islândia. O lago Mývatn. Godafoss tem um charme singular que se espraia pelos seus 30 m de largura e pelos 12 m de altura.
Quarta, 19. Seja no sul, seja no norte, mais a este ou a oeste, nunca deixaram de marcar presença durante os nossos passeios. Falo do cavalo islandês. Um cavalo de baixa estatura e que se caracteriza pela sua resistência às doenças. Sempre que aparecia um pequeno espaço não ocupado pela neve, lá estava(m) ele(s) alimentando-se daquilo que no resto do espaço a neve escondia.
Quarta, 19. Cratera Hverfell, na região do lago Mývatn. Formada há cerca de 2500 anos e com cerca de 140 m profundidade, tem 1000 metros de circunferência. O lago Mývatn (My significa moscas anãs e vatn significa lago) é uma das regiões mais cativantes para visitar. O lago tem 37 km² e a zona de mais funda não ultrapassa os 4,5 m de profundidade.
Quarta, 19. Desde 1977 está a funcionar uma central de energia geotérmica na região de Mývatn, com cerca de 60 MW de potencia e que abastece uma grande parte do consumo energético da Islândia. Fica no sistema vulcânico de Krafla que tem cerca de 10 km de diâmetro. É aí que se situa a cratera Víti (que em islandês significa inferno – os islandeses julgavam que era por baixo dos vulcões que ele se situava) famosa pelo seu lago verde. Nesta nossa viagem foi impossível podermos ir até à cratera de Víti e fotografá-la, pois a neve não permitiu que o nosso pequeno carro citadino chegasse lá. Uma fotografia de Víti terá de ficar para uma viagem futura. Mas garanto-vos que vale a pena essa viagem, assim o tempo o permita.
Quarta, 19. A área de Krafla inclui também Námafjall, uma área vulcânica activa, flagelada com fontes quentes, caldeiras fervilhantes de um lodo solfatado e um ar carregado de um intenso cheiro a enxofre. A vista que tivemos quando, do cimo da montanha deparamos com esta área, é impossível de escrever em palavras. O enquadramento de Námafjall e da sua terra quente e nua, de degradés que variam entre o amarelo, o castanho e o vermelho, contrastava com uma imensa vastidão de neve plana, que ao longe deixava vislumbrar pequenos picos montanhosos e crateras cobertas de neve. A aparente intemporalidade da natureza e dos seus fenómenos é um dos maiores fascínios que poderemos continuar a desfrutar.
Este é o meu post mais extenso. Mas nunca será tão imenso quanto o amor que tenho pela minha filha e pela minha família em Portugal. A visita do meu irmão apenas teve o condão de fazer reemergir isso ao seu plano mais consciente.
Beijos a todos!
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