Domingo, 20 de Julho de 2008

Resposta a um email: Skaftafell e o sul da Islândia

 

As formações rochosas de Vík no sul da Islândia e a praia de areia preta. Foto de Set.2007

 

Ultimamente algumas pessoas têm enviado emails com perguntas sobre a Islândia. Durante o mês de Agosto, 4 pessoas de distintos locais do Brasil que me escreveram, virão visitar a ilha que foi escolhida como destino de férias.

Este post é a resposta a um desses emails. Serve assim, para colocar no blog algumas fotos que fui tirando ao longo do tempo, neste caso, do sul do país.
 
Boa noite Ivo.
Obrigado pela abertura para esclarecimentos.
Vamos às perguntas:
1- Já vimos que os hosteis em Reykjavik já estão todos ocupados para a época que estaremos por lá (dias 12 e 13/08 e 17 à 18/08). Apenas verificamos no Reykjavik City Hostel. Você saberia informar se há muitas outras opções de hostel na cidade ou se nessa época, para quem ainda não fez reserva, é mais fácil ficar acampado do que conseguri vaga em hostel?
2- Nossa idéia é chegarmos por Reykjavik, passar 1 dia e seguir para a região do Skaftafell National Park. Você conhece essa região? Acha que realmente, pelo pouco tempo que temos, é interessante ir para lá ou tem alguma outra região que você sugeriria?
3- Você sabe se é fácil conseguir vaga em hostel na região de Skaftafell nessa época que estamos viajando?
4- Você aconselha alugarmos um carro para fazermos a viagem ou é melhor pegarmos ônibus? Ônibus entre Reykjavik e Sjaftafell são frequentes? Tem-se ônibus a toda hora?
5- Você teria alguma sugestão de passei para o período que ficaremos na Islândia (5-6 dias)?
Ivo, mais uma vez lhe agradeço pela grande ajuda! E, qualquer informação que você tiver será de grande valia para nós.
Um abraço

 

 

Gullfoss é talvez o mais divulgado postal da Islândia. A raínha das quedas de água faz parte do Golden Circle, o mais antigo Daily Tour. No sul da Islândia, Foto Set. 2007.

 

A questão das dormidas coloca-se todos os verões. Vá contactando os diferentes hotéis e Guesthouses a ver se tem sorte. Senão, resta-lhe o parque de campismo. Oxalá o tempo ajude (o que é sempre uma incerteza neste país!). Se tiver dificuldade em arranjar uma lista de hotéis em Reykjavík avise. Mas julgo que arranjará facilmente na internet. Posso dar uma dica com uma boa relação preço – qualidade: Hotel Cabín (www.hotelcabin.is/). É aliás um dos melhores locais para se comer em Reykjavík (barato e para o dia a dia). Um buffett que tem verdes, frutas e feijão. Porque em outros locais não só é mais caro, como cremes, natas e calorias abundam! O fast food está bem implementado na Islândia.
Já agora, pode tentar a guesthouse Bina (003548956585) para dormida em Reykjavík.
 
 cratera de Kerid no sul da ilha. Foto Nov. 2007
 
Relativamente ao Skaftafell National Park:
Nunca lá fui, apesar de já ter andado a passear pelo sul mais do que uma vez. Mas a Islândia tem tantos locais para ver que é impossível ir a todos. Isso implica tempo conjugado com disponibilidade. Contudo, conheço quem tenha ido lá. Além disso, como estou a envolver-me com o turismo (nomeadamente de Portugal para a Islândia) tenho brochuras, bem como vários livros com imagens, informações e história do local.
Skaftafell é um dos destinos mais vendidos da Islândia, sendo a mais popular área selvagem do país. Isso faz  que em Julho seja boa ideia evitar durante o fim-de-semana, devido ao elevado número de excursões e pessoas. Se o vosso interesse é estar em comunhão com a natureza, deverão acampar no parque de campismo de Skaftafell durante a semana. Ao fim de semana arriscam-se a ter que aturar a noite toda, os islandeses sob o efeito do álcool ingerido. É que muitos vão de Reykjavík acampar para lá. Como bons islandeses que são, fazem-se acompanhar de uma considerável quantidade de bebidas alcoólicas que ingerem até cair, entre urros desbragados e o desrespeito total por quem queira descansar.
Mas Skaftafell é um local bonito e poderão fazer escaladas no gelo, usufruir de vistas fantásticas e fotografar as cachoeiras, como a de Svartifoss (parecendo o véu de uma noiva – embora não tão alta como na Chapada dos Guimarães), rodeada de elegantes colunas de lava basáltica.
  
 Strokkur em actividade. Possível de ver para quem fizer o Golden Circle. Foto Junho 2008
 
Definitivamente aconselho o aluguer de um carro. Por 2 motivos:
Primeiro, porque acho as excursões de camioneta acabam sempre por ficar pelo preço do aluguer de um carro. Se o visitante vier sozinho a viagem ainda pode ficar mais barata de camioneta (ónibus). Mas duas pessoas a dividirem o aluguer e a gasolina de uma viatura acaba por  compensar. Pela liberdade, por terem tempo para visitarem mais locais, porque podem alongar nesses locais o tempo que entenderem e indo até onde quiserem numa exploração pessoal.  
  
Skógafoss na margens da estrada nº1. Sul da Islândia. Foto Nov. 2007
  
Se a vossa decisão for o Skaftafell National Park, alugando um carro poderão visitar a Jökulsárlon lagoon (ver o pequeno vídeo que coloquei neste blog com o nome de: Vatnajökull (the sound of) – O som do aquecimento global). É próximo e um dos locais mais belos. Seguindo a estrada poderão visitar também a bonita baia de Höfn e o seu Folk museum (tem uma exposição interessante sobre o grande glaciar).
Obviamente que de carro e quando forem a caminho de Skaftafell, irão fazer o Golden Circle, visitando o parque de Guéisers, a mais fotografada queda de água - Gullfoss, a cratera Kerid e Pingvellir, um pequeno parque nacional, onde poderão ver o encontro das placas tectónicas europeia e americana e o mais antigo parlamento do mundo. Nessa viagem de carro até Skaftafell, poderão ainda parar, para ver as diferentes quedas de água que tem pelo caminho (como Skógafoss) e em Vík, onde além do museu, poderão admirar as praias de areia negra, bem como os recortes das rochas e rochedos no limiar da praia e do mar.
Claro que poderia dar-vos outras sugestões. As possibilidades são imensas. Acho que deveriam vir ao norte. Acho também, que deveriam ver os fiordes de oeste (experiência única! Em breve irei postar sobre a minha viagem aos fiordes de Oeste, o mais inóspito local da Islândia). Contudo, 5, 6 dias não dá para tudo.
Usufruam a vossa opção!

 

O museu Folk em Vík, no extremo sul insular. Foto Set. de 2007

 

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publicado por Ivo Gabriel - Iceland Views às 21:11
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Sábado, 19 de Julho de 2008

Bang Gang: Indie guitar Pop e psicadelismo semi acústico

 

 

Acreditem que este não passou a ser um blog musical. Mas imaginem um país com 300 mil habitantes, 90 escolas de música, 6000 integrantes de coros, 400 orquestras ou bandas e um número impossível de saber de grupos de rock. A música na Islândia é um processo de identificação nacional do pós-independência.
 
Feita a introdução, vou falar acerca de uma das mais interessantes bandas islandesas que já conseguiu a internacionalização. Trata-se dos Bang Gang (não confundir com gang bang!) que com uma rebeldia arty, praticam um som agridoce facilmente assimilável pelos ouvidos dos adolescentes, mas com a capacidade de agradar a ouvidos mais exigentes. Especialmente, se esses ouvidos estiverem necessitados de um som de características Indie, conjugando guitarras, sons etéreos, reminiscências de trip hop e jogos melódico-vocais.
 
Na verdade, Bang Gang é o projecto de Bardi Johannsson, o talentoso compositor/perfomer/produtor. O projecto caminha numa andrógenia a lembrar os Placebo, algures entre um rock de guitarras e um imaginário que recorda Serge Gainsbourg. Muitas vezes, o seu som é etéreo e utiliza crescendos como se de uma ópera se tratasse. Em algumas músicas a voz de Bardi contracena com um vocal feminino, também melódico. Com Keren Ann, Bang Gang já fechou o Art Festival de Reykjavík, acompanhados pela Icelandic National Symphony Orchestra.
  

 Find what you Get é um dos temas fortes de Something wrong, disco de 2003

 

A discografia engloba 3 álbuns de longa duração:
 
You – versão islandesa em 1998 e versão francesa em 1999
 
Something Wrong – 2003. Este é o registo que confirma os Bang Gang. Um belo trabalho, onde não falta uma versão delico-doce do tema Stop in the name of love das Supremes. Conta com a participação de Nicollete (que trabalhou com os Massive Attack) e Daniel Agust dos Gus Gus. Destacam-se os temas Inside, Follow e Find what you get.
  

 Stop in the name o love é um original das Supremes. Esta é a versão dos Bang Gang que integra o disco Something Wrong de 2003

 

 Follow é um original dos também islandeses Sigur Rós. Aqui reinterpretada pelos Bang Gang

 

Ghosts from the Past – 2008. O mais recente álbum e um dos bons lançamentos do ano, nomeadamente para quem gosta de indie-pop. Este é um disco em que as referencias se confirmam. Nomeadamente, um som que remete aos Dandy Warhols. Assim, Ghosts from the Past oferece-nos o pseudo intelectualismo urbano a conviver com a folk islandesa, numa embalagem psicadélica semi acústica, pitadas de glam lo-fi e o indespensável hipe a acompanhá-lo. Sinceramente, para mim trata-se de uma fórmula sedutora. Nunca escondi o apreço pelos americanos Dandy Warhols e os islandeses Bang Gang, sem perderem o seu próprio carisma, resgatam parte desse imaginário. O tema mais requisitado de Ghosts from the Past tem sido I Know I sleep.

 

 Na ausência do vídeo, fica o som de I Know I Sleep que integra Ghosts from the Past de 2008
 
Deixo-vos alguns vídeos, bem como o My Space e o site oficial.
Para quem não conhecia, está feita a introdução aos Bang Gang.
 
http://www.myspace.com/banggangband
 
http://www.banggang.net/

 

publicado por Ivo Gabriel - Iceland Views às 02:03
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Sexta-feira, 18 de Julho de 2008

Islândia vs Brasil (parte 2) ou Björk vs Milton Nascimento

 

Quando soube que a Björk tinha uma versão de uma música do Milton Nascimento comecei a minha busca. Quando comecei a ouvir “travessia” fiquei de boca aberta. A primeira reacção foi um sorriso que teimosamente permaneceu na minha face. A meio da música apercebo-me que a Björk está a cantar em português! Do sorriso passei ao riso (ainda bem que estava sozinho)!!!
A sua voz recorda-me quando lançou o seu primeiro disco ainda criança. Sobre a nova cantora de MPB deixo os comentários para voçês.
Será isto MPB alienígena?
 
http://bjorkbrasil.verandi.org/travessia.mp3
 

já agora deixo-vos um site denominado Björk Brasil

 http://bjorkbrasil.verandi.org

  

publicado por Ivo Gabriel - Iceland Views às 00:53
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Quinta-feira, 17 de Julho de 2008

Islândia vs Brasil ou Einarsson vs Jussanam

 

 

Faz 50 anos que o baiano João Gilberto inventou a bossanova, com uma batida de violão inovadora e uma voz introspectiva, pincelada de timidez. A bossanova, apesar da linguagem jazzística, é mais minimal, delicada e elegante.
A revolução aconteceu em 1958, com “chega de saudade” e para além de João Gilberto, não poderemos deixar de lado a mestria de António Carlos Jobim e do poeta Vinicius de Morais, bem como o talento de Carlos Lyra (tem letras muito inteligentes) e Roberto Menescal (o seu filho integra actualmente o projecto denominado Bossacucanova, que reescreve a bossanova, com o recurso da electrónica).
Na década de 60 a bossanova conquistou os grandes nomes e editoras do jazz americano. “Getz e Gilberto” (Verve -1963), “António Carlos Jobim” (Verve – 1963), entre outros, são obrigatórios em qualquer discoteca pessoal.
Um apaixonado pelo Brasil como eu, nomeadamente no que à música diz respeito (quem me conhece sabe a paixão musical por Tim Maia e Jorge Ben), conseguiu encontrar interacções entre o Brasil e a Islândia.
Num dos meus primeiros dias em Reykjavík, no café Cultura, assisti à apresentação de um músico brasileiro, acompanhado por 2 dos mais conceituados músicos de jazz Islandeses. Falo do saxofonista Oskar Gudjonsson e do guitarrista Omar Gudjonsson. Intercalando música tropicalista com bossanova, tocaram alguns géneros regionais como por exemplo, o baião nordestino (descansem que não houve lugar para forrós a lembrar calcinha preta!).
Em Fevereiro deste ano a actriz e cantora carioca Jussanam, actuou com Tomas Einarsson, também ele, um dos mais respeitados compositores e contrabaixistas de jazz da Islândia. Nesta actuação, foram acompanhados por Oskar e Omar Gudjonsson.
Tomás R. Einarsson nasceu em Reykjavík em 1953 e editou 13 discos até à data. Poderão ver todo o seu currículo nos links que deixo em baixo, bem como consultar o MySpace, onde poderão ouvir um disco de remisturas de composições de Einarsson e do seu latin jazz, transvestido pela electrónica tecno de músicos e DJs islandeses, ingleses, alemães e franceses. Destaca-se neste disco a participação de elementos dos Moloko e Gus Gus.
Da colaboração entre Tomas Einarsson com a brasileira Jussanam, poderão ver uma actuação na TV da Islândia, em 26/2/2008. No programa Kastljós, apresentam o clássico " Ela é carioca ", de Tom Jobim. Uma interpretação menos minimal e que se afasta do tom vocal intimista e contido da bossanova, para se soltar em mais escalas, numa liberdade jazzística (os músicos que a acompanham são de jazz e não desdenham o experimentalismo). Os puristas da bossanova poderão não achar muita piada, mas a verdade é que hoje em dia os melhores resultados nascem do risco dos cruzamentos e do exprimentalismo. Verdade seja dita, seguindo a mesma linha de raciocinio que esse risco e exprimentalismo redunda, muitas vezes, em desastre. Mas não será aqui o caso.
Fica o link desta apresentação, referindo que Jussanam estará desembarcando de novo na Islândia em Agosto. Desta vez, para ficar por algum tempo.
Que possamos nos barzinhos de Reykjavík, sentir um pouco do calor tropical que tanta falta faz. No meio do gelo, teremos no próximo Inverno um cantinho para nos aquecer.
 
 Actuação de “Ela é carioca” de Tom Jobim no programa Kastljós da TV Islandesa-26/2/2008
 
Webpage de Tomas R. Einarsson
http://www.simnet.is/tomasreinarsson
 
MySpace de Tomas R. Einarsson
http://www.myspace.com/tomasreinarsson
 
publicado por Ivo Gabriel - Iceland Views às 02:52
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Quinta-feira, 10 de Julho de 2008

Mývatn – Um vídeo, um retrato do meu olhar

 

 

Por fim montei o vídeo de um dos locais mais especiais da Islândia. Falo do lago Mývatn., o qual já visitei 3 vezes, sempre acompanhado por pessoas de quem tanto gosto e que vieram visitar-me. Falo do Nuno, do Vítor e claro, o meu irmão.

Pude, em alturas distintas do ano, apreciar este santuário criado pelas forças da natureza, com diferentes cores, sensações e companhia.
Esta última vez, Iniciei a viagem ao lago Mývatn às 4 h da manhã, já que em Junho o sol nunca se chega a deitar. Eu e o Vítor, partimos aconchegados no silêncio sereno da alvorada, salpicado pelo canto endémico dos primeiros pássaros. Desde já, aconselho a madrugada como opção para visitar os fenómenos naturais da Islândia. Por exemplo, em Godafoss, pudemos apreciar as quedas de água com a luz do sol, o arco-íris e uma tímida lua persistindo em se mostrar de mansinho.
Como às 4 h da manhã não existem turistas pudemos, confortavelmente sós, sentir a natureza abençoada por uma luz que nos convidava a fotografar.
 
 
O lago Myvatn Situa-se a norte, no Distrito que lhe dá o nome e é, provavelmente, o segundo local mais visitado da Islândia (logo a seguir ao Golden Circle). Estamos então a falar de um cartão postal. Contudo, não deixa de ser uma área fascinante, mesmo para um viajante que não gosta de fazer o papel de turista. Criado por uma tão intensa quanto poderosa actividade vulcânica há cerca de 2300 anos atrás, continua, nos dias de hoje, a ser uma das regiões vulcânicas mais activas do planeta. A sua paisagem é dominada pelo lago, vulcões, crateras e pseudo-crateras, fumarolas, bocas sulfatadas de lama e lava que deixam no ar um vapor enxofrado, caves e cavernas com agua quente proveniente do sub solo e curiosas construções naturais, autênticos castelos de basalto e magma petrificados.
O lago tem 37 km2 e nunca ultrapassa os 4.5 m de profundidade. É desde 1974 Área de Conservação Nacional e uma atracção para os observadores de aves, fotógrafos e amantes da natureza.
Diferentes espécies de patos e outras aves podem ser apreciados em Mývatn. Algumas espécies são características daqui, como por exemplo, o Barrow`s Goldeneye (Bucephala Islandica). No Rio Laxá, podem-se encontrar trutas e salmões.
Durante o ano Mývatn apresenta uma programação constante. Assim, em Fevereiro tem o festival Viking. Em Março o Horses on Ice (o lago congela durante alguns meses, permitindo esta competição de cavalos no gelo), o snowmobile festival e o Easter Walk. Em Maio realiza-se a tradicional maratona de Mývatn e no final de Novembro chegam os 13 Pais Natais islandeses (Yule Lads) a Dimmuborgir.
 
Mas vamos seguir um pouco do trajecto que apresento no vídeo, começando por Godafoss.
 
 
Godafoss, é uma das quedas de água mais conhecidas da Islândia, e provavelmente a de mais fácil acesso, já que fica perto da estrada numero 1, a caminho de Mývatn. Reza a lenda que na altura das sagas Vikings, o chefe Porgeir Porkelsson, atirou nas suas águas todas as estátuas de Deuses pagãos, convertendo o cristianismo na religião oficial da Islândia. Estávamos no ano 1000 DC.
Godafoss não será das maiores quedas de água do país, mas seguramente, será das que mais gosto. É que tem um charme e singularidade únicas. Charme, savoir faire, subtileza e delicadeza não abundam na Islândia. Logo, Godafoss merece no mínimo uma menção honrosa! São 12 m de altura por 30 m de largura de um charme que inevitavelmente perdurará nas gavetas da memória...
Na minha opinião, o seu maior encanto desabrocha no Inverno.
 
 
Skútustadagígar, é o local onde se concentra a maioria das pseudo-crateras de Mývatn. A colocação de uma delas no Portugal dos Pequeninos em Coimbra, seria a escala proporcional de um grande cone vulcânico. Mas na realidade não são vulcões em miniaturas e sim bolhas formadas pelos rios de lava. Essa explicação não lhes retira qualquer fascinio.
 
 
Dimmuborgir, é um santuário de castelos negros, de basalto e magma petrificada. Esta lava em estado sólido que povoa a área, esculpiu bizarras formas cobertas, por vezes, de uma vegetação peculiar. Tem como atracção principal uma abóbada natural, a fazer lembrar uma igreja gótica. Este é um santuário povoado por elfos e onde em Novembro se reúnem os Yule Lads, os 13 pais-natais islandeses.
  
 
Formado numa erupção à 2500 anos atrás, Hverfell, é uma cratera vulcânica que com a sua forma circular, parece ter o formato de um gigantesco estádio de futebol. Tem aproximadamente 1000 m de circunferência por 140 m de profundidade. Ainda não foi nesta ultima viagem que subi a sua colina. Mas isso estará para breve.
 
 
Grjótagjá, é uma piscina natural numa caverna. As suas águas verde-azuladas vêm do interior da terra, a uma temperatura de aproximadamente 50 graus. Poderemos molhar a mão apressadamente, mas tomar banho, só para quem quiser ser cozinhado lentamente.
 
 
A Piscina Geotérmica de Mývatn, retira água 2500 m abaixo do solo, oferecendo com os seus minerais únicos, sílica e micro-organismos, um banho relaxante para a pele e para o espírito. Nesta área vulcânica, a água é muito sulforosa. Sendo assim, é aconselhável não levar colares e pulseiras de prata para o banho!
 
 
Námafjall, é a montanha que com dégradés de castanho, amarelo e vermelho, abriga no sopé solfataras, bocas de lama e lava borbulhante que deixam o ar empestado de um vapor com forte odor a enxofre.
Esta área que visualmente nos lembra Marte, abriga no subsolo lava que a qualquer momento poderá revoltar-se e subir, numa nova manifestação de vulcanismo.
 
 
Krafla, é também uma das mais activas áreas vulcânicas. Por esse motivo, tem nas suas imediações uma central geotérmica, que com os pipelines a ceú aberto criou uma paisagem humana, tão estranha quanto a área em que se situa.
O último período de erupção em Krafla foi entre 1975 e 1984. A cratera mais antiga é Leirhnjúkur e a mais recente Stóra-Víti.
 
Depois desta explanação, espero que usufruam o vídeo. Quanto a mim, tenho nova viagem agendada ao lago Mývatn em 28 de Julho. Com que novas vestes ir-me-á surpreender a natureza? Certo é que não irei ver abraçados, no meio do lago gelado, o casal de namorados de Março passado.

                                                        

Para este vídeo utilizei fotos tiradas nas 3 viagens que fiz a Mývatn (Março, Maio e Junho de 2008). Dessa forma, poderão apreciar a transformação operada pela natureza consoante a estação do ano. Já as filmagens foram apenas efectuadas na madrugada e manhã de 23 de Junho de 2008.

 

www.myvatn.is

 

publicado por Ivo Gabriel - Iceland Views às 22:23
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