Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2009

Conhecendo Siglufjördur – do Eyjafjördur até ao Skagafjördur

Vídeo da viagem. Um olhar entre a neve e as landscapes de 3 fiordes islandeses.

 

Viagem pelo Eyjafjördur, Siglufjördur e o Skagafjördur
A aventura da pesca do arenque e o Herring Era Museum.
 
No último fim-de-semana organizei um pequeno passeio a 3 fiordes do norte da Islândia. Foram 2 dias percorrendo o oeste do fiorde Eyja, o fiorde Siglu e o fiorde Skaga.
Não foi, contudo, uma jornada nova para mim. Aliás, já postei idêntica viagem com o meu amigo Nuno, quando ele visitou a Ilha (ver post: http://iceland-views.blogs.sapo.pt/6720.html).
A Paixão com que fiquei por Siglufjördur, a cidade mais a norte da Islândia, situada num pequeno e encantador fiorde, fez com que preparasse este passeio com particular expectativa. Ia voltar a um local que me tinha fascinado em Maio passado. Sabia que agora a paisagem seria bem diferente, e que o extenso manto branco do inverno insular me acompanharia ao longo das distintas landscapes.
Na semana que antecedeu a viagem telefonei para os responsáveis dos museus que pretendia visitar. Normalmente, durante o inverno, encontram-se fechados. Assim, a melhor garantia, é usar o telemóvel, de forma a marcar uma hora.

 

 
As impressivas montanhas islandesas
 
O 1º Dia. Do Eyjafjördur até Siglufjördur
 
Partimos pelas 8 h da manhã, debaixo de -12º C, rumo a Dalvík, onde se situava a primeira paragem previamente combinada (sabíamos que iríamos fazer muitas outras pelo caminho), de forma a vermos o museu Hvoll, que além de englobar uma colecção da história material, social e natural da região, foi a casa do homem mais alto do mundo. No museu poderemos conhecer todas as estórias que construíram a História da região (http://www.dalvik.is/byggdasafn/).
Pelo caminho, podemos apreciar as panorâmicas que só o Eyjafjördur é capaz de nos proporcionar.
A monotonia sugerida pelo constante manto de neve, é combatido pelos degrades cromáticos da mágica luz solar que em jogos fugidios com o algodão das nuvens, me fascinava em cada pausa para contemplação.
O Inverno islandês tem algo de mágico. É essa magia que nos transporta para os seus contos tradicionais, conjunto de fábulas povoadas de pequenos seres mágicos e gigantes de pedra, que só visualizamos quando envoltos na solitude épica das landscapes islandesas.
São séculos de isolamento, entre o fogo dos vulcões, o branco das montanhas escarpadas desenhadas pelo degelo dos glaciares e um céu desmaiado de púrpura que à noite se transforma, por vezes, em serpentes coloridas, movimentando-se no silêncio mais profundo.
Saímos do museu em Dalvík, para visitar o porto da cidade.
Continuando viagem, seguimos na direcção de Olafsjördur, mais uma pequena cidade, num fiorde de reduzidas dimensões. Antes de entramos no túnel que liga o Eyjafjördur ao Olafsjördur, mais uma paragem para apreciar a belíssima panorâmica que percorre o mais longo fiorde do país.
De seguida, teríamos de cruzar a montanha rumo a Siglufjördur. Estava preocupado pois éramos 5 num VW Pólo. Se a estrada não estivesse limpa, o carro iria patinar nas subidas, sem conseguir avançar. Tivemos sorte, pois os 2 dias anteriores tinham sido de céu limpo, acompanhado de temperaturas negativas. Além disso, fizemos a estrada pela tarde. Ou seja, já batida por outras viaturas mais bem preparadas para as agruras islandesas. O facto de estrada ser em gravilha e não alcatroada acabou também por ajudar. Muitas vezes, ouvimos a neve raspar por baixo dos nossos pés, já que no vácuo formado pelo eixo das rodas se acumulava neve. E assim cruzamos a montanha, ao som dos Beatles, FM Belfast, Ojos de Brujo e algum jazz.
Antes de chegarmos a Siglufjördur, fizemos uma paragem especial numa das panorâmicas que mais me fascinaram até hoje. Trata-se da confluência entre o lago Mikla e o oceano glaciar Ártico. No post da viagem em Maio passado, coloquei uma foto desta vista, onde poderão notar as diferentes texturas entre a água do lago e a água do oceano, separadas por um singelo cordão de pedras. Desta vez, o lago não só estava congelado, como também, carregado de neve. Parecia que o oceano magicamente se detinha na neve fofa, como que capaz de afagar a sua revolta nas suas carícias mais ternas. Assim se revelava a solitude épica, tão cinemática e reconciliadora. Ao longe as impressivas montanhas de íngremes colinas, tão características do país, compunham a tela.
Estávamos quase em Siglufjördur, onde iríamos pernoitar. Eram 17 horas e os azuis mais carregados anunciavam o crepúsculo. Passamos pelo pequeno farol laranja que anunciava a proximidade do nosso destino. Fazendo a estrada que agora se estendia paralelamente ao oceano, chegamos ao túnel de 900 m de extensão, porta de entrada do fiorde que anteriormente me havia encantando. Tudo no isolamento pode virar mágico. Até a singularidade da imensa porta vertical, que se abria lentamente à chegada de uma viatura, para se fechar de seguida, como se estivéssemos a entrar num conto de fadas. E assim fomos tragados por aquela gruta e quando na outra extremidade a porta se abriu, deparamos com o bonito fiorde, onde ao fundo, adormecida nas encostas dos rochedos escarpados, descansava na neve, a cidade de Siglufjördur.

 

 
Siglufjördur adormecida 
 
Conhecendo Siglufjördur
 
Siglufjördur é uma pequena cidade situada no fiorde que lhe dá o nome. É um sereno recanto, onde raramente o vento sopra, fazendo da cidade um simpático, bonito e acolhedor porto de abrigo. Observá-la no verão é tão agradável como no Inverno. Aliás, esse é um dos encantos da Islândia. É que o país, consoante a estação, encerra belezas tão extremas, como possuidoras de um encanto dificilmente explicável. Os recantos têm de ser vivenciados e sentidos.
“Ocupada” 2 vezes pelos noruegueses, a primeira em 900 DC pelo viking Thórmodur Rammi e a segunda, a partir de 1903, com a construção da mais importante cidade piscatória de arenque, de toda a Islândia, Siglufjördur vive na recordação dos seus tempos áureos. Actualmente tem cerca de 1500 habitantes, mas teve já mais de 3000 habitantes.
Durante dezenas de anos, toda a sua vida centrou-se na captura de arenque e no seu processo – a salga do peixe e a produção de óleo e das conservas em lata, tornando-se num dos mais importantes portos do país.
Em alguns anos a exportação de arenque e seus derivados, representaram mais de 20% do total das exportações islandesas. Nesses anos, a cidade chegou a ter mais de 3000 mil habitantes, entre fábricas e habitações, sendo impressionante ver os filmes retratando a vida neste período. Uma vida dura, de muito trabalho, tanto para os homens como para as mulheres. Enquanto os homens trabalhavam no mar, às mulheres incumbia a salga do peixe, bem como o trabalho nas fábricas. Nos períodos de grande captura, chegavam a trabalhar mais de 24 horas. Contudo, as mulheres chegavam, muitas vezes, a receber um salário superior ao dos homens.
Com o desenvolvimento da aventura da pesca do arenque e a consequente chegada e fixação de colonos, a atmosfera fez de Siglufjördur a Klondique do Atlântico. A cidade atraiu os especuladores da indústria do arenque, originando fortunas e perdas tão repentinas quanto fugazes, consoante os caprichos dos booms e escassez dos cardumes.
Durante vários anos este recanto da Islândia foi a “Meca” de milhares de trabalhadores e assalariados à procura de trabalho.
Se é verdade que esses tempos fazem parte do passado da cidade, não é menos verdade que são a grande saudade do presente. Uma saudade tão grande, quanto a memória alcança.
 
vista do porto de Siglufjördur 
 
O Herring Era Museum
 

vídeo do Herring Era Museum

 

Para se ter um excelente museu não é preciso ter as dimensões de Serralves. O mais importante é a pesquisa, a organização, a disposição e a capacidade de comunicação. O Herring Hera Museum tem tudo isso, sendo um dos mais interessantes que visitei na Islândia. É o mais importante museu marítimo e industrial do país e condecorado com o Iceland Museum Award 2000, bem como com o Micheletti Award - melhor novo museu industrial da Europa em 2004.
Em nenhum outro local se pode perceber tão bem a Islândia e a sua história. No fundo, o museu retrata a história do país, a sua dureza e disponibilidade. A aridez e o trabalho árduo. A pesca em condições extremas como condição praticamente única, motor de desenvolvimento da economia e de um país.
Tudo isto reflecte-se, ainda nos dias de hoje, na forma do islandês ser e relacionar-se.
O Herring Era Museum é composto por 3 edifícios.
O Roaldsbrakki é o primeiro, sendo uma casa construída em 1907 e era uma das estações de salga do arenque. Em 1916 produziu mais de 30.000 barris de arenque em salga e no R/C situava-se a linha de salga e a loja.
No 1º piso situava-se o escritório onde os trabalhadores recebiam o salário semanal e onde se encontrava a engrenagem, bem como a especiarias usadas para marinar o peixe. Foi posteriormente convertida nas acomodações dos trabalhadores.
No 2º piso eram os quartos, tanto masculinos como femininos e uma pequena cozinha.
No sótão ficava algum peixe, bem como o equipamento usado necessário para a salga do arenque.
O segundo edifício do Museu é a Factory onde se situava toda a maquinaria para produzir o óleo, bem como as conservas, posteriormente exportadas para mercados como a Suécia, Dinamarca, Finlândia, Rússia, Alemanha e EUA. Uma indústria importante para a Europa, nomeadamente durante o período de escassez entre as duas grandes guerras.
Por fim, resta falar no último dos edifícios que completa o museu. Trata-se da Boathouse. Aqui, poderão ser vistos os barcos usados na pesca do arenque, bem como passear na recriação do porto, de forma a sentir a atmosfera dos anos passados.
 
www.sild.is
 
pormenor de Siglufjördur 
 
2º Dia. Percorrendo o Skagafjördur
 
A pequena ilha de Drangey à esquerda e a ilha de Málmey à direita. Ambas no Skagafjördur
 
Depois da noitada em Siglufjördur ter-se estendido pela madrugada a viagem do segundo dia começou depois do meio-dia. O sol escondeu-se por cima  das nuvens que acordaram a cidade com doces flocos de neve, tocando as casas levemente. Assim, desistimos de subir até à estação de esqui, já que não iríamos conseguir desfrutar da vista sobre o fiorde, perdida no modorrento nevoeiro.
Seguimos para o Skagafjördur em direcção ao oeste islandês. Atrás, em tons serenos, ficava Siglufjordur, guardada em segredo, pela porta do túnel que se cerrava nas nossas costas.
O Skagafjördur situa-se entre o maior conjunto montanhoso do norte da Islândia, o Tröllaskagi (península dos gigantes) e o cabo Skagi. Salpicado por alguns centros piscatórios, é uma das mais prósperas regiões agrícolas do país, com diversas quintas, onde se destacam a criação de ovelhas, cavalos e a produção de lacticínios.
Aqui se poderão fazer belos passeios no cavalo islandês, uma raça que se caracteriza pela sua enorme resistência. Este cavalo de dimensões semelhantes ao pónei (chamar de pónei a este cavalo seria ofensivo para qualquer islandês) tem a particularidade de não limitar os seus andamentos aos habituais passo, trote e galope. Por não ter sido treinado para as lides da guerra manteve duas formas de andar, o tolt e o pace, que os outros, há muito perderam. Eu não montei ainda nenhum destes cavalos. Mas dizem ser o tolt, um andamento muito rápido e suave que faz as delícias de quem o monta.
 
O pequeno, robusto, bonito e sorridente cavalo islandês, foi companheiro de tropelias na neve e motivo de várias paragens durante a viagem.
 
Quando chegamos a ao Skagafjördur a primeira imagem com que somos recebidos e que nos deslumbra é a visão da ilha de Málmey, onde parece que a estrada vai desembocar. Com a aproximação, reparamos que a água do fiorde nos separa desta estreita ilha de lava, com cerca de 4 km de extensão e de penhascos íngremes.
Mais ao longe, perdida no meio do fiorde, repousava Drangey. Este rochedo é o palco de uma das sagas islandesas. As sagas são as mais famosas histórias em prosa da literatura islandesa e relatam os feitos e acontecimentos vikings, ocorridos durante os séculos X e XI. Segundo esta saga, o rochedo foi o ultimo refugio do proscrito guerreiro islandês Grettir Ásmundarson (Grettir the strong), que viveu os últimos anos de vida na companhaia do seu irmão Illugi e do seu escravo Glaumur, antes de ser assassinado por Þorbjörn Öngull.
Reza a lenda que a origem da pequena ilha rochedo se deveu à tentativa de 2 trolls (gigantes da mitologia nórdica) atravessarem o fiorde pela noite. A meio da travessia foram surpreendidos pelos primeiros raios de sol da alvorada, ficando petrificados. Drangey é a vaca que os acompanhava, o pequeno rochedo Kerling a suposta mulher troll e o gigante masculino, o rochedo Karl, há muito foi tragado pelas águas.
Todas estas ilhas rochedo de origem vulcânica (a não ser que acredite em trolls), são pequenos santuários de aves entre Abril e Setembro. Durante esse período poderão ser observados e fotografados espécies como o Puffin (papagaio do mar), o guillemot, o corvo, o falcão, entre outros. De igual modo, esta é uma região a visitar pelos amantes do rafting, devido aos rápidos dos rios que desembocam no fiorde.
A viagem prosseguiu com uma pausa na vila piscatória de Hofsós. Infelizmente não tivemos tempo para visitar o Centro de Documentação de Emigração nem a exposição acerca de Drangey. Mas eu voltarei, não tenho dúvidas.
As últimas paragens foram em Hólar e Saudárkrókur.
Hólar é a mais antiga diocese do norte da Islândia (foi fundada no século XII).
Saudárkrókur é (depois de Akureyri) a maior cidade do norte da Islândia (2700 habitantes).
São dois locais que merecerão postagens futuras e para não vos massacrar mais, afinal este post já leva mais linhas do que habitual, encerro o relato desta viagem.
Espero que os vídeos e as fotos consigam transmitir algumas das sensações que só a natureza e os locais visitados conseguem transmitir.
Chegamos cansados a Akureyri. O cansaço de um corpo moído, mas feliz.
 
Vista sobre o Skagafjördur em Hofsós

 

Websites:
 
Siglufjördur: www.siglufjordur.is 
 
Skagafjördur: www.skagafjordur.is
 
publicado por Ivo Gabriel - Iceland Views às 00:49
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Segunda-feira, 9 de Fevereiro de 2009

Projecto Takk_Iceland09

Foi em Outubro passado que recebi o primeiro email do mentor do projecto Takk_Iceland09.

De lá para cá, parece que as coisas ganharam forma, tendo solidificado a base de sustentação. Organizaram-se, delinearam e divulgaram timings e iniciativas, Distribuíram os papéis, sem andarem aos papéis, nem ficarem só por papéis (confusos com tanto papel? Me too…)!
O Projecto Takk_Iceland09 é um sonho de um grupo de fãs dos Sigur Rós que está a organizar uma viagem aos lugares míticos da Islândia, retratados no filme Heima, sobre os concertos da banda islandesa.
Este grupo de fãs organizou-se e as pessoas trabalham em prol do projecto definindo o roteiro, angariação de fundos, organização da viagem e actividades takk_iceland09 (festas, tertúlias, projecção de Heima, festivais de cinema e poesia Islandesa).
A Passenger list engloba dezenas de fãs.
A todos os interessados, fica em baixo o blog da projecto, onde poderão recolher toda a informação.
 
Rafiðnaðarsamband Íslands!
 
http://takk_iceland09.blogs.sapo.pt
 
making off de um sonho a caminho da concretização
 
publicado por Ivo Gabriel - Iceland Views às 21:47
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