O Extinto Great Auk Skerry
No post anterior o conto, de "ruiva" a baleia demoníaca, inicia-se em Geirfuglasker uma ilha rochedo, inacessível aos humanos, não só pelos penhascos impressivos e escarpados, mas também pelas correntes marítimas que a circundava. Geirfuglasker significa rochas dos Great Auk Skerries (geirfugl significa Great Auk em islandês), uma ave marinha mítica na Islândia, que se acredita extinta. Pertencia à família dos pinguins (Pinguinus impennis).
O Great Auk, talvez seja a ave extinta mais famosa do mundo, ao lado do Dodo. Habitavam o Oceano Atlântico Norte, em diversos pontos da América do Norte, Gronelândia, Islândia e Europa. Apesar da similaridade com os pinguins do Atlântico Sul, não lhes deviam qualquer parentesco. Passavam 10 meses do ano no alto mar, caçando peixes e lulas, retornando à ilhas oceânicas para reprodução, em grandes colónias. Nessas poucas semanas em terra firme, os Great Auks eram perseguidos pelos humanos. Existem indícios de que a espécie era perseguida pelo homem à cerca de 100 mil anos atrás, mas foi durante os séculos 16 e 17 que os Auks passaram a ser caçados com uma maior intensidade. No início do século XVIII os Great Auks Skerries já se encontrava limitados a algumas ilhas mais isoladas. A maior das colónias reprodutivas passou a ser na Ilha de Funk, em Newfoundland, no Canadá, onde as aves se concentravam em grandes números entre Maio e Junho. Infelizmente para os Auks, a llha de Funk era o primeiro ponto de terra firme para os navegadores vindos da Europa em direção à América do Norte. Marinheiros famintos atracavam na ilha e matavam centenas destas aves. No final do século XVIII esta grande colónia havia sido devastada e a espécie sobrevivia apenas em algumas poucas ilhotas isoladas na costa da Islândia. Em uma dessas, pelo menos, a espécie parecia estar segura. Era na Ilha de Geirfuglasker, que contava com correntes fortíssimas e ondas grandes, sem nenhum acesso para se atracar de barco. Enquanto a espécie era massacrada em outras ilhas próximas, a colónia de Geirfuglasker sobrevivia.
Mas o destino tem alguns caprichos incontornáveis e no inverno de 1830 uma explosão vulcânica submarina faz com que a ilhota de Geirfuglasker desapareça no mar. Talvez fosse cómico se não tivesse sido trágico. Quando em Maio desse ano os Great Auks retornarnaram para a ilha, viram que ela havia simplesmente desaparecido e escolheram a ilhota próxima chamada de Eldey para acasalarem. Apesar de ter também, um difícil acesso, não era o suficiente para evitar a ganância humana, e lá sim, o homem conseguiu chegar. Havia cerca de 50 Great Auks em Eldey em 1835, 24 Great Auks foram mortos. Um ano mais tarde capturaram mais 13 Great Auks. Em cada viagem se trazia um número menor, até que em Junho de 1844 apenas dois indivíduos, um macho e uma fêmea chocando um ovo, foram mortos. Nunca mais um Great Auk Skerry foi visto.
A captura desses últimos 2 Great Auks é descrita em detalhes por John Wolley e Alfred Newton, dois ornitólogos que na altura pesquisaram o assunto pormenorizadamente: "No dia 2 ou 3 de Junho um barco a remo com 8 pessoas chegou à Ilha de Eldey, onde desembarcaram 3 homens. Logo eles viram dois Great Auks Skerries, no meio de centenas de outras espécies, como gaivotas. Perseguiram os Great Auks e estrangularam os dois. Já sabendo da raridade desta espécie, os dois homens resolveram regressar e ir até à capital da Islândia, para tentar vender as espécimes a colecionadores. No caminho encontraram um colecionador, que comprou as duas espécimes. Não se sabe onde foram parar esses 2 Great Auks, mas tudo indica que possam ser as espécimes dos museus de Los Angeles e Bruxelas."
O delicado equilíbrio entre vulcões e glaciares
O vulcão Fimmvörduháls no Eyjafjallajökull - Islândia
Os vulcões na Islândia
A Dorsal Mesoatlântica
Em 1912 o cientista alemão Alfred Wegener reparou que as massas continentais pareciam encaixar-se umas nas outras. Isso, levou-o a teorizar que os continentes já tinham estado unidos e que uma força invisível os estava a separar. Só em 1946, altura em que a marinha dos EUA mapeou o fundo do oceano pela primeira vez, usando uma tecnologia de imagem por sonar, foi revelada a existência de uma cordilheira de montanhas submarinas com mais de 16.000 km de extensão, separadas por uma gigantesca fenda que passa pelo centro do oceano atlântico. Essa fenda é a Dorsal Mesoatlântica que delimita as placas tectónicas americana e euroasiática. No fundo do oceano correntes de convexão de rocha derretida (magma) abrem a crosta terrestre e deixam que o magma se infiltre apartando os continentes. Em 1974, um pequeno submarino oceanográfico conseguiu descer às profundezas do oceano para estudar a fenda. Nessa altura, foi possível constatar os gases vulcânicos quentes a borbulhar no oceano, demonstrando que a dorsal mesoatlântica é altamente vulcânica e capaz de apartar massas de terra gigantescas como os continentes.
Uma vasta planície composta por lava vulcânica ocupa o centro da Islândia, onde grandes fendas dão uma textura fora do comum à paisagem.
A fenda de Thingvellir é a continuação da dorsal mesoatlântica e o mesmo processo que afasta a América da Europa acontece neste local emblemático dos islandeses. Thingvellir e a Islândia estão a crescer cerca de 2,5 cm por ano, existindo cada vez mais fendas na rocha do vale.
Correntes convectivas de rocha líquida empurram e dividem a dorsal mesoatlântica. O magma invade as fendas e preenche-as, pois à medida que se aproxima da superfície endurece e forma nova área.
O Hot Spot da Islândia
A composição da rocha na Islândia é diferente da de outros lugares. É através da análise das rochas que sabemos se ela se formou em local profundo ou se perto da superfície.
As rochas analisadas do vulcão Hekla revelaram concentrações altas de propriedades raras como a Lantánio e o Césio, elementos químicos formados apenas no magma a grandes profundidades. É a confirmação que outra fonte de calor muito mais profunda se combina com a dorsal mesoatlântica e alimenta os vulcões do país.
Quando as placas tectónicas se movem geram ondas de choque denominadas de ondas sísmicas. Estas ondas deslocam-se em velocidades constantes, a não ser que atinjam uma zona de rocha líquida (magma), causando a diminuição da velocidade, como acontece na Islândia. Quer isso dizer que existe rocha muito quente ou material em ebulição por baixo da superfície. É o Hot Spot da Islândia.
Hot spots são colunas de material quente e/ou magma fundido q vem das profundezas da terra e jorra para a superfície. Existem na Islândia, Hawai e em Yellowstone.
O Hot Spot q se encontra em baixo da ilha tem 160 km de largura e mais de 600 km de profundidade. Lentamente a coluna lança rochas a mais de 900 º C, isso empurra a crosta terrestre, aquece a terra por baixo e força o magma até à superfície, expelido como lava.
A combinação das duas forças: A Dorsal mesoatlântica e o Hot Spot da Islândia
Há milhões de anos a dorsal mesoatlântica desviou-se para oeste em direcção ao hot spot da Islândia. Quando se encontraram, formaram uma parceria que se mantém até hoje, originando uma força capaz de criar magma em escala monumental e que começou a construir a ilha debaixo da água e empurrou-a para a superfície.
A passagem da dorsal pelo hot spot origina o efeito de descompressão. O Hot spot leva calor do centro da terra para a superfície e também cria fusão, a combinação entre descompressão da rocha abaixo da superfície e o transporte de calor vindo debaixo da terra cria uma grande quantidade de magma.
Em 1963 o mundo viu uma repetição em escala pequena de como terá surgido a Islândia, com Surtsey (sobre Surtsey ver o post neste blog:http://iceland-views.blogs.sapo.pt/9990.html).
Assim, foi a conjugação destas duas forças colossais que deu origem há Islândia há cerca de 20 milhões de anos. A Dorsal mesoatlântica e um profundo hot spot.
Foi em Outubro passado que recebi o primeiro email do mentor do projecto Takk_Iceland09.
Portugal está debaixo da neve entre a alegria e o caos. Não posso deixar de sorrir quando uns meros floquitos (às vezes mais no estado liquido, outras vezes mais em formato de gelo) provocam a paralisação geral. Para uns, o estado deveria pagar pela insensatez dos pequenos acidentes. Para outros, foi a folia geral!
Já agora, ficam imagens da neve em Akureyri e nas montanhas que acompanham o belíssimo fiorde da cidade onde me encontro. As escolas não fecham, não vejo acidentes nas ruas e tudo segue a seu curso normal (mesmo com o estigma da bancarrota)...
Alguém já viu nevar em Portugal ou estarei a ser maldoso?
já agora deixo-vos um site denominado Björk Brasil
http://bjorkbrasil.verandi.org
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